
Um antigo manuscrito em alemão havia sido encontrado na trilha q conduzia à virilha, nos países baixos.
Quando a notícia chegou a Versailles foi recebida com entusiasmo e respeitoso silêncio.
O diplomata, com elegante subserviência, nem pestanejava. A dama de companhia, diplomada em vigílias, mal escondia sua satisfação.
Por um longo período havia sido utilizado como o calço na pesada porta de entrada do salão de orgias, onde a monarca despachava e agraciava com dóceis indultos aqueles q a serviam com alegria.
Nos arredores de sua saia formavam-se babados enfileirados em uma extensa e sonolenta romaria.
Em geral veados são felizes. Embora nunca se saiba o q se passa durante o longo período de noites frias.
Os sapatos, entretanto, não importa o tamanho, qdo tingidos de macho quase sempre guardam rancor.
Na baixa o sapateiro enxugava o suor e a lágrima. Em tempo de construção, no baixo meretrício a moçada q não pegava no tijolo atravessava a madrugada pedindo bis...
Infelizmente o preconceito é mal de raiz.
Nenhum samba diz, mas, cantando bossa nova a família torcia o nariz para a liberdade explícita em Leila Diniz.
Não. Não é engodo. Todo vestido novo causa estrago no olhar devorador aguçado. Mesmo brilhando no couro sapato novo costuma fazer calo. Por outro lado o veado desgovernado faz bico refém das incertezas da natureza.
Es gibt nichts Neues. Alles ist vorahnung des tiefen.
Alles bleibt in der dunkelheit
in der Lücke zwischen den kontinenten...
Arrastando o pé esquerdo por causa de uma anomalia de nascença, Dona Maria das dores servia com simpatia café com biscoito aos atuadores.
De tudo ela via da coxia. Nada a espantava. Só nunca entendeu qual a beleza em se medir horrores...
Quem sabe um dia ela confessa o tanto q ainda preserva escondido na dispensa.
Não há nada de novo. Tudo é presságio de abismo.
Tudo permanece escuro no espaço entre os continentes.
Excusez-moi mademoiselle, vous voulez un peu de thé?
Montagem sobre a obra “Dans l’eau”, de Eugene de Blaas, pintor italiano.