Negra seda q me leva. Noite q eleva. Tudo aquilo q não se enxerga, mas se traz entranhado n’alma. Envolve o corpo. Expurga agostos como se o gosto da primavera fosse o dela, como se dela brotasse as cores de todas as flores, como se libertasse o amor preso às correntes d’auras.
Tânia Alves sobe ao palco à meia luz. De humana só a poesia do seu corpo fada.
A escrita mímica o q a boca não fala. Finge sair por aí. Vai e volta por ali. Vida é coisa q não passa. Posto à contraluz o mistério q seduz é o mesmo q induz à falha.
Em câmara lenta acompanho seus passos. O perfume éter do reflexo do seu salto, pontiagudo e alto, me perfura o peito. Faz bolero no meu corpo tablado.
Ligo o rádio.
Felicidade é um estado sem divisas. O fim nem sempre é ao fim do primeiro ato. Intervalos tbém são regalos.
Saio do clube. Dobro a esquina. Nem assim ela me deixa em paz...
Tânia Alves é uma atriz, dançarina e cantora brasileira. Atualmente em turnê com o show “A Era de ouro do rádio”.