quinta-feira, 28 de maio de 2015

Dark inside of the moon...




Os paralelepípedos continuam oblíquos e emoldurados nos paralelos dos meios fios. As calçadas da cidade baixa ainda cruzam riscos, sob olhares tangidos pelo fio do teu belo e irreverente rabisco condutor.

É providencial ressaltar a natureza substancial dos meneios. Requebros sempre mostram à q veio. A ansiedade da carne busca respostas na carne oposta.

Apostas são feitas à revelia no seio da tribo...

Alheia ao veredito, a sede é visível nos recheios q dão sentido as fendas laterais do vestido. As delícias do preâmbulo descortinam e justificam os mais belos horizontes.

Dos insides eróticos aos manifestos antropológicos, os corpos se aceitam indiferente ao breu castiço deste mundo caótico.

Até onde posso permaneço oculto, se o princípio ativo - partícipe intuitivo - cultua o corpo ambíguo posto cheio de adjetivos.

Sem q ninguém perceba toco the dark side of the moon.

Antes de passar a língua nas pontas dos dedos, no alto do poste um louco me avisa q os trópicos, apesar de todos os esforços, continuam utópicos...







“The dark side of the moon” é um álbum da banda britânica Pink Floyd.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Remendo institucional...

Se a melhor defesa
é o ataque,
o melhor ataque
é a surpresa...

Flexões e reflexões...

Na ficção
a realidade é
uma comédia.

Eis o drama...

Reações em plenário...




Depois do almoço, molhando o bico da pena no nanquim, o moço escreveu no verso sujo do bilhete recebido anônimo.

Ainda q houvesse motivo para duvidar da repentina coceira dada na vista, certas coisas ditas eloquentes são tão empíricas q se tornam implícitas. Não foi preciso ser explicito para saber de onde viera. Nem consultar o mapa astral da blogosfera para enxergar pseudônimo no remetente.

"Na guerra, a verdade é a sempre a primeira vítima”...

No porta-retratos cinderela continuava bela. No entanto, sem maquiagem, o olhar confessava o q se passava no avesso do espelho. No verso manifesto havia inferno. No inverso um universo.

Por mais q se entenda. Por mais q a imaginação estique e traga à tona a lona da tenda, nunca se será capaz de dizer com palavras o havia no beco escuro da descrita.

Un poco allá, un poco más allá, fez do corpo um tango sem compromisso...

Nada de anormal para quem insta na literatura seu melhor argumento. Nada q corresponda a fleuma de relatos enfeitados de ilusório saber. Nada mais q isso.

Na verdade não existe nada mais falso q o juízo...

Num piscar de olhos, ao abriu os olhos pode perceber além do perímetro imposto rendido à loucura humana.

Naquela tarde a caligrafia trêmula, com a devida vênia e pena, decretou a morte da poesia...






Célebre frase de Hiram Johnson, governador e senador da Califórnia.

sábado, 9 de maio de 2015

And the Oscar goes to…




Nem foi preciso esperar pela abertura do envelope, consultar os astros ou encontrar lógica em suas reações hiperbólicas.

Bastou ajustar os sinais da parabólica e observar para qual lado apontava sua buliçosa bússola. A tendência em voga indicava q a moda vinha do áureo berço.

Também não foi preciso, embora fosse possível, destacar o foco de seus artifícios ao interpretar o suplício de uma paixão. Muito menos se ater a detalhes ‘in blue’ alinhavados às pressas no vestido usado para ouvir e aplaudir o oferecido blues.

Ficou a dúvida se Muddy Waters revirou na tuba ou se sumiu na estrada pilotando uma hayabusa.

Certo é q tuiuiú voou...

Na verdade nada nunca lhe foi preciso. Tudo já havia sido prescrito na bula e na gula dos saltos usados e dados no alto do altar.

Na ladeira do amparo a boa conduta é regida pela lei da contradição e da oferta...

A questão deixa de ser ou fingir não ser, mas prever como será sua próxima atuação. Implodirá ou tornará a causar comoção?

Terremotos e tsunamis não causam estragos apenas no Nepal e no Japão...

Sem resistir a absurda força exercida pela correnteza de um mar del plata, a historia q se dizia escrita nas estrelas passou a ser descrita, com letras miúdas, na etiqueta costurada nas internas de sua blusa.

Respeitados os dons e atributos. Obviamente considerando proventos, intentos e o contrassenso. Enquanto o tempo não prescreve ela reescreve seu roteiro nada original. Resta saber por qto tempo a natureza atura tanta perjúria.

Enquanto isso no tapete vermelho a vida perdura. Jura q é casual...

Ao natural a borboleta perambula. Vira e mexe vira cobra. Só ela sabe o qto se desdobra para administrar tanta loucura nas duas cabeças.

Convenhamos, tanta proeza é digna da estatueta...


terça-feira, 5 de maio de 2015

Frente ao verso popular...




Dizia amar sem se curvar
No dia q se curvou amou

Daí pra frente viveu feliz
para sempre sorridente,
inclusive na frente
cada vez mais popular...

Receita quase imperfeita, 2ª estância...




Colhia o tempo saboreando amoras. Corria de encontro ao vento para sentir perfumes na flora. Curtiu horrores mundo afora.

Quando pensou ter caído em si viu cachos caquis dependurados no caibro do alpendre onde brincos de princesa faziam a festa de beija-flores.

Na sua frente uma jabuticabeira fazia sombra à sensível trepadeira. Sempre vista com delicadeza. Sempre dando suas voltas. Mas com clareza, em toda a sua grandeza, só era vista nos dias banhados de lua.

Um pouco a esquerda emborcada na areia uma canoa furada conduzia o pensamento à estância velha. Junto dela uma arandela circundava com espelhos d’água o vaso de barro onde havia plantado a seca pimenteira.

Em seu repouso empoeirado em um dos cantos do batente, o pote de brilhantina 'glostora' trazia de volta os tempos de rock, hollywood e brucutu.

Nas brechas deixadas no assoalho de madeira, margaridas brotavam assanhadas, entrelaçadas nas toras roliças q serviam de escora.

O alpendre, tanto no oriente qto no ocidente, escondia o sol. Só não escondia, por mais q se tentasse, eram suas inquietações.

Por mais q desejasse, os dias sempre amanheciam sem saber a receita de como se manter no luar.

Um enigma quase imperfeito para um coração afeito, feito para sonhar...


sábado, 2 de maio de 2015

O tempo do vento...




Quando o tempo adentrou a intimidade do quarto lhe encontrou adormecida sobre lastros mantidos à custa de lágrimas q no próprio tempo tratou de enxugar.

Vontade era desejo intocável. Verdade guardada em sigilo no invisível cárcere dos amores falidos.

Quando o tempo adentrou no silêncio do quarto percebeu o cansaço de tanta solidão. Percebeu mas permaneceu em silêncio.

Sem se dar conta o tempo passou...

Com o tempo veio o vento soprando indecências debaixo das cobertas. Sonâmbula olhou o tempo. Ainda q o respeitasse soltou sua mão ao sentir frescor no vento.

O q o tempo tinha de traiçoeiro tinha o vento de aventureiro...

Quebrando o silêncio tocou seu corpo. Um tanto malemolente deixou as coxas à descoberta, à espera da próxima rajada do vento.

Não tinha noção do q era, nem do q havia à sua espera.Ainda assim, ainda q do amor vivesse o emaranhado, experimentou seu amor mais profano e desbocado.

Ciente de q nada escapa às mãos do tempo, teve o discernimento de deixar em aberto o basculante da janela no quarto.

Assim, com o passear do tempo, ao soprar pelas frestas, o vento poderia tocar seu corpo, possuir outra vez su’alma...







Montagem sobre foto de Elena Pezzetta, do ensaio “belos desastres".