Meu Diego,
Assisto calada ao estigma deste câncer q se espalha e me desintegra a cada instante q passa. Já não tenho dúvidas. Sequer carrego esperanças. A escuridão espreita as poucas cores vivas mantidas escondidas neste meu corpo sem vida.
Meu olhar sorri com a ternura q ainda me conserva a lucidez. Lambo as derradeiras gotas do desejo nas lágrimas q escorrem pelo meu rosto.
Meu olhar sorri com a ternura q ainda me conserva a lucidez. Lambo as derradeiras gotas do desejo nas lágrimas q escorrem pelo meu rosto.
Apesar de tudo me nego a encontrar a chave q abrirá a porta da minha indesejada morte. Meu ventre pulsa com a lembrança do teu sexo melado no meu licor. Nem o cheiro impregnado de teu cigarro impede a mão firme dessa saudade q me invade.
Engulo as noites cheia de vida e graça. Desgraça de vida. Logo agora q começo a me sentir plena. Quero vc. Mesmo q não seja para sempre...
Sua Frida
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Minha Frida,
Tua presença amarga me atiça. Salivo tua existência. Contraceno com tua dualidade. Pela janela vejo q a boca da noite não tarde em abrir. Será q te vejo surgir entre estrelas?
Ontem derramei tintas de prazer sobre meu corpo. Tomado de tuas lembranças abri feridas. Tens razão. Desgraça de vida.
Esparramado na cama pronunciei cada palavra q me levava até vc. Por favor! Peço q não desista. Insista. Frida minha, tbém quero vc...
Seu Diego
Correspondência entre Diego Rivera
e Frida Kahlo encontrada em escavações feitas no imaginário. Uma forte corrente defende a tese das cartas terem sido encontradas em um baú
resgatado no incêndio das lembranças. Na verdade pouco se sabe...
No devido tempo outras cartas serão postadas, na tentativa de registrar a inexplicável dimensão de um sentimento q soube romper fronteiras, mas se mostrou incapaz de sobreviver à própria existência...
No devido tempo outras cartas serão postadas, na tentativa de registrar a inexplicável dimensão de um sentimento q soube romper fronteiras, mas se mostrou incapaz de sobreviver à própria existência...